Sobre almas, palavras e o que a imaginação ditar
A febre de ler e reler os vários blogs que se atropelam por aí parece atacar muito boa gente por e EU não sou excepção! Não me parece que seja por falta do que fazer, nem por ser bichinho do mato que se esconde em casa em frente do pc, mas sim porque dá um certo gostinho mostrar o que me preenche o cérebro (apesar de não mostrar tudo, por uma questão de sanidade mental para quem lê) e ler o que os outros têm na alma!
Leio almas que não conheço (pelo menos algumas), mas palavras que poderiam muito bem ser as minhas ...
São como um cristal, as palavras.
Algumas, um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta?
Quem as recolhe,
assim,cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade
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